Ruanda: anatomia dum genocídio
Ninguém pode fugir desta conclusão: Ruanda foi o teatro do genocídio planificado da comunidade tutsi - 500.000 mortos em seis semanas segundo a Cruz Vermelha, mais de um milhão em três anos, de acordo com o coordenador-adjunto do Gabinete da ONU para o Ruanda [3]. Esta gente foi sistematicamente massacrada (90% fora das cidades), só por pertencer a uma etnia. Os seus bens foram roubados, as suas casas pilhadas e incendiadas. Eram homens e mulheres desarmados: não houve confronto, guerra ou guerra civil. Crianças, mulheres, mesmo as grávidas, foram particularmente visadas. Nenhum lugar servia de refúgio, nem sequer os hospitais e as igrejas. Os assassinos pretendiam uma solução final. A comparação com o genocídio dos judeus por Hitler é perfeitamente legítima. Há apenas duas diferenças: o número absoluto de vítimas (os nazis exterminaram 6 milhões de judeus) e o facto dos nazis terem recorrido às infra-estruturas dum país industrializado e moderno.
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